A finalidade específica do Movimento de Cursilhos de Cristandade é a chamada “fermentação evangélica dos ambientes” de forma organizada. Em outros palavras, isso quer dizer que as pessoas – homens, mulheres, jovens e adultos – que passam pelo Cursilho, têm por missão fazer com que os “ambientes” em que vivem tornem-se impregnados dos valores do Reino de Deus; tornem-se ambientes dignos de hospedar os filhos de Deus. Três pontos são importantes aqui.
1. Conversão: para “fermentar”, “salgar” e “iluminar”, o cristão tem que entrar num processo de mudança de sua própria de sua própria vida. Fazer com que sua mentalidade, seus valores, seu agir de cada dia, em todos os momentos, nas vinte e quatro horas do dia, sejam pautados pelas orientações dadas por Jesus e contidas nos Evangelhos, na Bíblia que é Palavra de Deus. Ir passando de uma vida com critérios distantes dos preceitos divinos, para uma vida coerente com aquilo em que ele acredita, ou seja, coerente com sua fé; ir passando da morte para a vida; do pecado para a Graça; da ruptura para a unidade. Enfim, do mal para o bem, do distanciamento de Deus para o seu regaço divino. Assim ele mesmo poderá ser fermento que faz crescer a massa; sal para dar sabor à sua própria vida e à vida de seus irmãos e luz para iluminar o mundo.
2. Organização: sabemos muito bem, através da prática do nosso cotidiano, que é absolutamente verdadeiro o conhecido ditado “uma andorinha só não faz, verão”. E, em se tratando de anunciar e tronar presente no mundo o Reino de Deus, esse ditado, mais uma vez se confirma. Mais do que em outros tempos, nos dias de hoje de tanta organização do mal (o mal no mundo é organizado: Jesus já nos advertiu que “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz” – Lc 16,8. Como é que uma pessoa, querendo responder ao chamado de Deus e, portanto, querendo evangelizar, isto é, anunciar com eficácia Jesus e seu Reino, como poderá ela fazer isso sozinha num mundo tão complicado, tão emaranhado, tão confuso como o de hoje? Eventualmente atingirá outras poucas pessoas. Mas se os cristãos souberem se organizar em pequenos grupos, em pequenas comunidades, os frutos serão muito mais abundantes, sem dúvida. E quando esses grupos ou essas pequenas comunidades estiverem presentes nos “ambientes”, então os chamamos, na linguagem do Movimento de Cursilho, de “núcleos ambientais”.
3. Ambientes: para agir, com eficácia, como cristãos, esse grupo de pessoas (núcleos, pequenas comunidades) tem que saber onde está situado. Lar, escritório, repartição pública, consultório, hospital, banco, oficina, escola, etc.: cada lugar destes e muitos outros são “ambientes” ou estão situados num ambiente. Ambiente é lá onde as pessoas vivem e convivem; é lá onde acontecem a vida, as esperanças, as realizações, os fracassos, o amor, o ódio, enfim, onde se influencia e onde se é influenciado. Percebe-se, pois, que é ali, nos ambientes mais diversificados das atividades humanas, que o cristão, individualmente, tem que ser fermento, sal e luz. Mas, a eficácia de sua presença será tanto maior, mais resultados para o Reino de Deus vai apresentar, quando os cristãos ali presentes souberem se organizar. Em pequenas comunidades (dois, três, quatro... com o mesmo objetivo); em pequenos grupos, em núcleos, eles tornarão presente o Reino de Deus, a justiça, a fraternidade, o amor, a solidariedade, o perdão...
Eles constituirão um “núcleo ambiental” para transformar a massa (fermentar); para dar sabor ao mundo (salgar); para iluminar as pessoas, as culturas, enfim, o mundo todo (iluminar).
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