O PATRONO DO MOVIMENTO DE CURSILHOS
São Paulo foi declarado Patrono do Movimento de Cursilhos de Cristandade pelo Papa Paulo VI em 14 de dezembro de 1963, durante as comemorações do 19º Centenário de sua passagem pela Espanha.O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte, hoje 25 de janeiro.
UM POUCO DE HISTÓRIA…
A biografia de São Paulo poderia ser escrita em cinco capítulos: São Paulo, o perseguidor dos cristãos; São Paulo, o apóstolo convertido; São Paulo, o amigo de Jesus Cristo; São Paulo, o grande escritor; e São Paulo, o mártir de Jesus Cristo. Estes e outros títulos dariam um grande livro.
Paulo de Tarso era um fariseu ilustre e, extremamente, apegado às tradições religiosas. Conhecia, profundamente, as Escrituras do Antigo Testamento e era um zeloso defensor da lei (cf. Gl 1, 13-15). Educou-se na melhor escola da época, tendo como mestre o douto e famoso Gamaliel. Possuía uma vasta e sólida cultura.
Perseguia os cristãos, chegando mesmo a ser cúmplice da morte do diácono Santo Estevão, proto-mártir do cristianismo (cf. At 7, 54-60). Enquanto se dirigia para Damasco, com cartas das autoridades, para prender os cristãos, teve um encontro inesperado com o próprio Jesus Cristo. Este fato ocasionou uma quinada em sua vida. Mudou radicalmente. De perseguidor se tornou apóstolo (cf. At 9, 1-9). De fato, ninguém se pode encontrar, verdadeiramente, com Jesus Cristo e continuar-se o mesmo. Que o digam os grandes convertidos da humanidade, como, por exemplo, Santo Agostinho, Tomás Mérton, Charles de Foucauld e muitos outros.
Após a experiência transformadora de Damasco, Paulo se transformou num grande amigo de Jesus Cristo. Nutria para com o divino Mestre um amor profundo e incondicional. Trazia em si os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. Pensava como Jesus pensava; falava como Jesus falava; amava como Jesus amava; sonhava como Jesus sonhava. Para ele, o viver era Cristo. “Eu vivo, dizia, mas, não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Gl 2, 20)”. Dele se dizia: “Cor Pauli, cor Christi.” O coração de Paulo era o coração de Cristo.
Por causa de Jesus Cristo, aceitou, de bom grado, todo tipo de sofrimento: longas e desconfortáveis viagens de navio; naufrágios no mar e perigos na terra; açoites e prisões; desconfianças, perseguições e maus tratos. Havia, também, o “espinho na carne”, um tormento que muito o martirizava (cf. 2 Cor 12, 7-9).
Como escritor, São Paulo é um dos exímios hagiógrafos da Bíblia. Dos 27 livros do Novo Testamento, 13 foram escritos por ele. Se acrescentarmos a Carta aos Hebreus, a ele atribuída, este número sobe para 14. Neles se encontram todas as orientações que suas comunidades deviam seguir. Verdadeiras aulas de teologia, de moral, de história, de liturgia e de direito. Prova de sua preocupação e solicitude para com as Igrejas por ele fundadas. Além das constantes visitas, tornava-se presença permanente através de seus escritos. Neles se revelam a severidade e a ternura do apóstolo, na formação dos filhos que gerou mediante a pregação do evangelho.
Juntamente com os outros apóstolos e centenas de outros cristãos, Paulo testemunhou Jesus Cristo com o dom da própria vida. Foi vitima dos imperadores romanos, inimigos dos discípulos de Cristo. Seu martírio se deu fora dos muros de Roma. O local, hoje, é denominado “Tre Fontane”, as três fontes. Segundo a tradição, ao ser decapitado, sua cabeça deu três saltos, nascendo, em cada um deles, uma fonte de água. Atualmente, no lugar das três fontes, foram erguidos três altares. Nesta mesma região, foi construída a belíssima Basílica de São Paulo, fora dos muros. Um templo de peregrina beleza, custodiado pelos monges beneditinos.
A exemplo de São Paulo, realizemos, com ardor, o apostolado que Deus nos confiou. Sua eficácia exige, de nós, uma contínua conversão e um profundo amor a Jesus Cristo. Sem isto, nossa vida espiritual e nossas ações ficam estéreis e desprovidas de fundamento. Transformam-se em mera filantropia e, por conseguinte, sem merecimentos para o céu.
Apesar de sua morte, observamos que em sua vida Paulo foi um Homem de Formação e Formador, percebemos isto muito claramente em todas as Cartas Paulinas, onde se percebe a sua base doutrinal e teológica. Paulo não foi apenas um grande estudioso, percebemos que ele funda várias comunidades, e lhes dando embasamento, as já existentes na época.
Percebemos então neste breve histórico, que a História de vida de Paulo de Tarso vem de encontro ao Carisma e a Identidade do Movimento de Cursilhos de Cristandade, por isto, nada mais justo que ser ele declarado Patrono Celestial deste Instrumento de Evangelização e Anúncio da Palavra de Deus.
Um amor sincero e radical a Jesus Cristo nos leva a dizer com o Apóstolo:
“Para mim, o viver é Cristo”.